terça-feira, 13 de maio de 2014

Carta aberta e Artigo de opinião


CARTA ABERTA- gênero em que o autor se dirige a uma figura pública (tipicamente, uma autoridade) fazendo uma crítica ou solicitação. A diferença entre esse gênero e a carta argumentativa é que, na carta aberta, há a publicação do texto, que se torna acessível a toda uma comunidade. O autor da carta espera, assim, que o público faça pressão sobre a autoridade, aumentando a eficácia do texto e a probabilidade de as reivindicações serem atendidas (ou de a crítica ser sentida).

Veja um exemplo:

 
[...]
 

(Proposta UNICAMP 2014)

 

1. O propósito:
O propósito principal da carta era a reivindicação de ações consistentes para a melhoria da mobilidade urbana em uma cidade. É muito provável, no entanto, que a banca não esteja esperando a conclusão “reivindicamos ações consistentes”, mas sim uma sugestão específica de ação, que poderia ser encontrada nos textos motivadores, especialmente no texto III (por exemplo, nos trechos “aproximando os locais de moradia dos locais de trabalho ou de acesso aos serviços essenciais”, “ampliando o modo coletivo e os meios não motorizados de transporte” e “a ocupação dos vazios urbanos, modificando-se, assim, os fatores geradores de viagens e diminuindo-se as necessidades de deslocamentos, principalmente motorizados”).
2. O locutor:
A banca a pediu claramente que o candidato se colocasse no lugar de membro de uma associação de moradores interessados na melhoria da mobilidade urbana. Faz sentido supor, portanto, que as características individuais desse autor sejam secundárias em relação às características da associação (aparentemente, um costume da associação é se reunir e discutir textos sobre mobilidade urbana, como indicado nos seguintes trechos do enunciado: “uma associação de moradores de uma grande cidade se mobilizou, buscou informações em textos e documentos variados” e “utilize também informações apresentadas nos trechos abaixo, que foram lidos pelos membros da associação”). No entanto, a natureza do gênero carta aberta e, mais ainda, a especificidade da proposta feita pela Unicamp neste ano tornam a exploração de características uma tarefa de importância reduzida em relação à argumentação e à apresentação de uma proposta.
3. O interlocutor:
A carta deveria ser dirigida a autoridades municipais. Imagino que a banca examinadora aceitará tanto essa denominação genérica quanto a menção a alguma autoridade mais específica (duas autoridades possíveis seriam o prefeito ou o secretário de transportes, por exemplo; o candidato deveria ter cuidado, no entanto, para não dirigir o texto a alguma autoridade extramunicipal, como a presidente ou o ministro dos Transportes). Para criar a imagem dessa autoridade, apresentando vantagens que ela teria ao colocar em prática as medidas propostas na carta, seria possível usar o texto II: um forte argumento apresentado nesse texto é o de que a própria cidade tem um alto custo devido a problemas de mobilidade urbana. Assim, o locutor poderia tornar a carta mais convincente argumentando que suas propostas diminuirão esse custo.
4. O meio:
Esse provavelmente foi um dos aspectos que causou mais dúvidas; isso porque a carta aberta é, historicamente, um texto jornalístico e, portanto, necessita de título. No entanto, seguindo sua tradição de modificar ligeiramente as características dos gêneros, a Unicamp explicitou que a carta em questão seria divulgada por meio de redes sociais. Assim, a necessidade de título tende a desaparecer. Da mesma forma, a carta aberta publicada em jornais costuma não ter uma assinatura destacada. Mas a proposta da Unicamp pediu essa assinatura (com as iniciais do remetente), o que indica a preferência por uma estrutura clássica de carta, com cabeçalho, saudação, despedida e assinatura.

O mais provável é que ocorra neste ano o mesmo que ocorreu com o comentário e com o manifesto na prova de 2012: naquele ano, a Unicamp aceitou textos com e sem título, com e sem cabeçalho. Acreditamos que, no vestibular de 2014, a Unicamp aceitará tanto as redações com formato clássico de carta (“Campinas, 10 de novembro; Ao secretário de transportes...”) quanto as que contêm título típico de carta aberta (“Carta aberta ao secretário de transportes”).

5. A linguagem:
Sobre a linguagem, espera-se que o candidato escreva um texto formal e que use interlocução, de modo a caracterizar a carta. A ausência de interlocução será, provavelmente, uma falha muito mais grave do que a ausência de aspectos formais, como o cabeçalho.

 

- ARTIGO DE OPINIÃO – gênero discursivo claramente argumentativo que tem por objetivo expressar o ponto de vista do autor que assina sobre alguma questão relevante em termos sociais, políticos, culturais, etc. O caráter argumentativo do texto de opinião é evidenciado pelas justificativas de posições arroladas pelo autor para convencer os leitores da validade da análise que faz.


Proposta – artigo de opinião – UFSC 2014

As redes sociais, entre elas facebook, orkut, twitter, têm sido tema de amplos debates no que se refere a seu uso. É comum encontrarmos notícias, editoriais e artigos de opinião (também chamados de artigos assinados) que discutem esse assunto.

O artigo de opinião é um texto em que o autor expõe seu ponto de vista, sustentado, geralmente, em dados e opiniões de outros autores/fontes, com o objetivo de convencer o leitor.

Veja excertos que tratam do tema redes sociais:

O psicólogo e diretor de segurança da Safernet Brasil, Rodrigo Nejm, preparou 10 dicas de segurança para você. Uma dessas dicas é a seguinte:
Pense duas vezes antes de publicar – Lembre-se de que uma rede social é um espaço público e que toda informação que você colocar lá vai ficar disponível para grande parte dos usuários. São amigos dos amigos dos amigos... Por isso é muito importante pensar bem no tipo de informação que vai publicar e evitar exposição desnecessária.”
 Disponível em: <http://www.safernet.org.br/site/noticias/saiba-como-se-proteger-nas-redes-sociais-10-dicas-simples>. [Adaptado] Acesso em: 16 out. 2012.


A internet se desenvolveu de tal forma nos últimos tempos que foi proporcionando aos poucos a criação de diversos meios e serviços que ajudaram a democratizar a informação. Fez também com que grande parte da população do globo tivesse rápido acesso a vários tipos de informações e pudesse compartilhar essas informações através das redes sociais de comunicação e interação, ao mesmo tempo e em tempo real de forma livre.

(Victor Seiji Endo. Redes sociais: a democratização da informação e comunicação)
Disponível em: <http://www.favascontadas.com.br/redes-sociais-a-democratizacao-da-informacao-e-comunicacao>. [Adaptado]. Acesso em: 18 out. 2012.
 
Especialista em Direito Eletrônico/Direito Digital, o advogado Rafael Fernandes Maciel vem estudando muito o tema e faz alertas sobre esse assunto que julga de extrema relevância. Ele afirma que as pessoas podem dizer o que quiserem em sites como Twitter e Facebook, desde que não atinjam direitos dos outros.
Disponível em: <http://www.maxpressnet.com.br/Conteudo/1,487303,Advogado_recomenda_cautela_com_liberdade_ de_expressao _nas_redes_sociais_,487303,2.htm>. Acesso em: 19 out. 2012.
 
 Considerando esses excertos, elabore um artigo de opinião sobre o uso das redes sociais, para ser publicado no Caderno de Opinião de um jornal de circulação regional. Assine obrigatoriamente como “Candidato Vestibular/UFSC/2013”.

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