segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Pré-modernismo
Termo empregado para denominar o período cultural Brasileiro compreendido nas duas primeiras décadas do século XX. O Pré-modernismo não chegou a construir uma escola ou um movimento literário. Foi antes um cruzamento de várias tendências estéticas do fim do século XIX (Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Impressionismo e Simbolismo) com a incorporação de alguns aspectos novos.
Representantes -->
Poesia
Augusto dos Anjos
Prosa
Graça Aranha | Euclides da Cunha | Monteiro Lobato | Lima Barreto | João Simões Lopes Neto
Embora
os representantes do Pré-Modernismo apresentem traços individuais e estilos
próprios, há neles alguns pontos em comum:
Ruptura com o passado= As
novas produções rompem com o academismo e com os modelos preestabelecidos pelas
antigas estéticas.
Denúncia da realidade = A
realidade não oficial passa a ser atemática do período. Há nacionalismo crítico
e questionamento social, político e econômico.
Regionalismo= São
retratados o sertão nordestino, o interior paulista, os subúrbios cariocas,
entre outras regiões brasileiras.
Tipos humanos marginalizados = Nas
obras desse período, encontram-se retratadas muitas figuras marginalizadas pela
elite, como o sertanejo nordestino, o caipira, o mulato, entre outros tipos.
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Estupidez fatal
Editorial
ZH 24/02/2013
Os danos causados
pelo uso irresponsável de fogos de artifício não podem ser considerados
fatalidade, mas sim a consequência de uma estupidez. Da mesma forma, não é
inteligente nem aceitável a omissão das autoridades na vigilância e no controle
de instrumentos que podem provocar mortes e tragédias, como ocorreu na última
quarta-feira no episódio que vitimou um torcedor boliviano e como já havia
ocorrido no terrível incêndio da boate de Santa Maria.
Quando alguém
aciona um sinalizador pirotécnico num ambiente fechado ou em meio a uma
multidão, está assumindo o óbvio risco de causar danos. Não existe outra
possibilidade, pois esses artefatos têm potencial para queimar, ferir e até
mesmo para matar, como se constatou tristemente na cidade de Oruro, onde
torcedores brasileiros provocaram a morte de um jovem boliviano de 14 anos. No
Brasil, o uso de fogos de artifício é proibido em estádios de futebol, mas
todas as torcidas levam para as arquibancadas os chamados sinalizadores
pirotécnicos, criados para emitir luz ou fumaça colorida com o propósito
original de facilitar a localização de pessoas em situação de isolamento.
São igualmente
perigosos, pois na maioria das vezes possuem material inflamável e explosivo.
Portá-los ou acioná-los no meio de uma multidão são atos absolutamente
irresponsáveis, que merecem repreensão e punição.
Mesmo em
celebrações tradicionais, como as festas de fim de ano, o uso de fogos de
artifício tem que ser rigorosamente controlado. Existe legislação específica
para isso _ o que não existe é fiscalização suficiente nem uma cultura de
segurança por parte da população, que deveria denunciar abusos e riscos, até
mesmo para sua própria proteção. Na realidade, porém, há pessoas que usam até
mesmo armas de fogo para fazer barulho e chamar a atenção em momentos de
celebração coletiva.
A única explicação
para este comportamento deletério está na frase célebre do cientista Albert
Einstein: "Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas,
no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta". Somos
falíveis, cometemos erros, muitas vezes calculamos mal os movimentos de nossas
vidas. Mas nada justifica a exposição gratuita e irracional a situações capazes
de provocar tragédias e causar danos irreparáveis a terceiros.
Para isso, para
prevenir que indivíduos com comportamentos desviantes causem prejuízos à
sociedade, existem as leis e as autoridades. A responsabilização posterior se
impõe, até como forma de atenuar o sofrimento dos familiares e amigos das
vítimas da insensatez. Mas o importante é prevenir, é evitar que fatos
deploráveis se repitam _ e não há outro caminho senão o da fiscalização
implacável e proibição de uso de equipamentos potencialmente causadores de
danos.
Fogos de
artifício, bombas, foguetes, sinalizadores explosivos não combinam com o
futebol, nem com qualquer espetáculo que reúna grande público. Se a estupidez
humana é infinita, como alertou o cientista, que pelo menos se tente torná-la
menos letal.
Para a lua de Saturno - Luis Fernando Verissimo
Há momentos na vida em que o Homem (aí subentendida a Mulher também) chega
assim a um promontório filosófico, de onde avista o caminho que já percorreu e
o caminho que ainda precisa andar ou, se ele tiver sorte e aparecer um táxi,
rodar. São momentos de grave introspecção em que o Homem faz um inventário de
si mesmo seus sonhos, suas desilusões, suas possibilidades, e onde diabo enfiei
o antiácido? e se faz perguntas. Valeu a pena? Devo continuar? Aproveito o
promontório e me atiro? Quem sou eu e por que estou aqui falando sozinho?
Do mesmo promontório metafórico podemos pensar no nosso lugar no mundo,
nisso tudo que não é Brasil e não sabe o que está perdendo. E sei que falo por
bilhões e bilhões de pessoas que frequentaram este planeta desde que éramos
apenas pré-hominídeos confusos, que não sabiam nem fazer fogo nem copular de
frente, quando concluo que não queria estar em outro planeta e, que, na média,
tem sido bom. Pelo que sabemos de outros planetas, nenhum se iguala ao nosso. Marte, já descobrimos, é um imenso
estacionamento. Outros estão em combustão permanente, não duraríamos dois
minutos em sua superfície. Dizem que há condições de vida humana numa das luas
de Saturno, mas os dias são longuíssimos, o que inviabilizaria as reuniões de
família aos domingos. Vivemos no mais conveniente dos mundos possíveis.
Está certo, fizemos bobagens. Guerras, filhos demais, sacanagem com os
outros, carros com rabo de peixe, neoliberalismo – mas também produzimos coisas
admiráveis. Dou só dois exemplos: a Catedral de Chartres e a Patrícia Pillar. E
nos divertimos, foi ou não foi? O planeta nos acolheu sem fazer perguntas, nos
deu a água e o oxigênio que precisávamos para sobreviver e ainda entrou com
alguns crepúsculos de brinde, sem falar em toda a parte decorativa, no cheiro
de capim molhado e no pudim de laranja. Obrigado, velho! Se não fizemos melhor
foi porque ainda não deu tempo. Afinal, 10 mil anos de história humana são o
quê? Apenas uma comichão no lado da Terra, que ela atribuiu a um mosquito.
É verdade que não temos retribuído à altura tudo que a Terra nos dá. Já
obliteramos cataratas, arrasamos florestas, enchemos o ar de sujeira,
destruímos a capa de ozônio e testamos a paciência da Natureza de mil outras
maneiras. A questão é se a atividade humana continua a ser desprezada pela
Terra, como coisa de insetos insignificantes, ou se todas as evidências de que
o clima enlouqueceu, os polos estão derretendo etc. são sinais de que a
Natureza está finalmente reagindo, e pretende nos varrer da face da Terra.
Talvez seja o caso de entendermos as indiretas e começarmos a pensar em
colonizar a tal lua de Saturno.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
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